Enquanto aguardo minha reunião de trabalho, tomo um delicioso e aconchegante chá de guaco com gengibre e mel. É impressionante como momentos que antes eu não valorizava tanto passaram a ser tão importantes para mim nos últimos meses. Estar presente tem sido cada vez mais necessário para mim. Estar presente de verdade. Perceber o ar inflando meus pulmões, sentir a água ou o chá umedecendo minha língua e escorregando pelo meu esôfago e hidratando cada célula do meu corpo são atenções que até então eu não tinha.
Perder entes queridos e, ao mesmo tempo, não poder ter contato com aqueles que continuam vivos é doloroso e faz a gente perceber o que de fato importa. Por isso, tenho tido a delicadeza e a necessidade de, ao estar presente, me comprometer em estar ali de corpo, mente, alma e coração.
A tecnologia tem nos permitido um mínimo contato com as pessoas queridas, tem nos permitido também manter nossos trabalhos e atividades de forma remota, mas, ao mesmo tempo, ela tem nos distanciado das pessoas que de fato importam, daquelas que estão ali do nosso lado todos os dias... Quanto mais entocados estamos, mais tal tecnologia nos faz falta; mas é ela que também nos esgota, nos fragiliza e nos adoece. Digo, por mim, é claro; só que é exatamente assim que tenho me sentido.
Não me entendam mal, eu gosto de estar online, só que tenho me incomodado profundamente com o fato de sempre estar. Não há fuga, não há escape. Não importa o quanto eu desconecte meu celular. Em algum momento, vou precisar reconectá-lo de alguma forma e tudo aquilo do que eu tentei escapar será liberado em forma de avalanche.
Comentários
Postar um comentário