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Mostrando postagens de dezembro, 2020

Para 2021, quero ser um pouco mais como as andorinhas que vejo pela janela...

    Estou de férias. E agora? Tenho tempo para ver os filmes que falei que queria ver, ler os livros que comecei e não consegui dar continuidade, aprender de fato a costurar, observar os pássaros e a chuva, respirar de forma mais lenta e não pensar em absolutamente nada relativo à vida acadêmica e ao trabalho pelos próximos dias.     Entre um gole e outro de chá, penso que não sei mais lidar com uma vida calma e com o fato de não ter crises de ansiedade por achar que não darei conta de tudo o que precisa ser feito. A vida é tão melhor assim, mas confesso que estou assustada. Sinto que, a qualquer momento, vou me dar conta de que, na verdade, eu precisava entregar um trabalho ontem e simplesmente esqueci.     Pensando nisso, minha respiração oscila, o coração dispara, o nervosismo e a vontade de sair correndo e gritar voltam a me assombrar. Velha amiga, você aqui de novo. Essa sensação eu conheço muito bem. Não gosto dela, mas me acostumei a estar em sua companhia. Quando ela não está,

Uma millenial em crise ou gostaria que a moda dos anos 90s/00s não se restringisse às roupas...

    Nunca fui de falar abertamente sobre meus sentimentos por aqui, não de maneira tão direta, pelo menos. Mas, nos últimos tempos, tenho tido uma sensação que não passa... Uma sensação de não pertencimento, que sei que, constantemente, faz com que as pessoas não se sintam confortáveis onde estão ou com quem estão.          Só que, andando por aí e rolando as redes sociais, é possível perceber  que não sou a única a ser assombrada pelo espectro do não-lugar. Aparentemente, grande parte da minha geração está passando pela mesmíssima situação. E, por isso, estou aqui, sentada em uma cadeira giratória, com o notebook aberto e um fone enorme tocando uma playlist chamada "Lane Kim's Music Library" - claramente feita por alguém que tem experienciado o mesmo sentimento que eu - num daqueles streamings de músicas.           A verdade é que parece que a geração 90s está enfrentando uma crise de pertencimento... Nosso caráter foi moldado em um período que, para conseguir se conecta

Uma perda irreparável...

 Estou perdida e não sei aonde ir. Ando em meio a prédios, construções, lotes baldios, vejo pessoas, tropeço nelas. Ouvi alguém chamar. Não sei se foi a mim ou a outra pessoa. Não lembro mais meu próprio nome. Uma criança chora, chamando pela mãe, me viro para ajudá-la. Não há criança. Corro em meio à multidão. Não quero estar aqui. Estou... um nó prende a respiração em meu peito. Olho em volta e não reconheço nada. Não sei mais onde estou. A dor de estar e não ser é presente e constante. Mais uma vez ouço a criança que chama pela mãe, me viro e dou de cara com um vitrine espelhada na qual me vejo. Estou chorando. Onde está a minha mãe? Sento no chão sujo, em meio a garrafas de vidro e papéis amassados.  Estou sem ar... Todos os sentimentos consomem o meu ser, todas as dores, todas as mágoas, todas as perdas. Chorar já não adianta mais, não alivia, não faz passar, não me acalma. Então, resolvo correr. Me levanto e corro. Corro o mais rápido que posso. Corro muito. Não sei pra onde. Mas