Estou perdida e não sei aonde ir. Ando em meio a prédios, construções, lotes baldios, vejo pessoas, tropeço nelas. Ouvi alguém chamar. Não sei se foi a mim ou a outra pessoa. Não lembro mais meu próprio nome. Uma criança chora, chamando pela mãe, me viro para ajudá-la. Não há criança.
Corro em meio à multidão. Não quero estar aqui. Estou... um nó prende a respiração em meu peito. Olho em volta e não reconheço nada. Não sei mais onde estou.
A dor de estar e não ser é presente e constante. Mais uma vez ouço a criança que chama pela mãe, me viro e dou de cara com um vitrine espelhada na qual me vejo. Estou chorando. Onde está a minha mãe? Sento no chão sujo, em meio a garrafas de vidro e papéis amassados.
Estou sem ar...
Todos os sentimentos consomem o meu ser, todas as dores, todas as mágoas, todas as perdas. Chorar já não adianta mais, não alivia, não faz passar, não me acalma. Então, resolvo correr. Me levanto e corro. Corro o mais rápido que posso. Corro muito. Não sei pra onde. Mas preciso fazer algo. Chego a um lugar, uma praça, um parque, um ponto de ônibus. Não faz diferença.
Me sento outra vez. O banco está frio. O frio dói minha pele, dói minha carne, dói meus ossos, dói minha alma. A dor irradia por todo meu ser e, sem mais o que fazer, fico ali, prostrada, inerte, inexpressiva.
Pessoas vêm e vão, pássaros voam, escuto conversas, escuto o trânsito, escuto uma sirene, mas não tenho o que falar, não sei mais o que fazer. Me perdi...
Excelente texto! Gostei muito da escrita, nos inebria.
ResponderExcluirMuito obrigada mesmo, Alyne!
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