Capriconiana nata, sempre fui a pessoa que se afoga em ocupações e obrigações, não só pelo gosto de ter responsabilidades demais, mas também pela necessidade de não lidar com outros sentimentos, pensamentos e aflições que ocupam a alma humana. Quando pareço uma enxurrada emocional, me ocupo até não ter lugar para os sentimentos escapulirem. Foi assim que lidei com o luto no ano passado. Me ocupei com coisas que não deveria, enchi minha agenda com opções de atividades que não me interessavam, me comprometi com trabalhos nos quais eu não acreditava. Mas, às vezes, o luto não pode ser simplesmente ignorado. Não podemos jogar um monte de tralha em cima dele e dizer "fica escondido aí, ok?". A gente sente e sente dor e chora e sofre. Foi aí que percebi que precisava fazer da morte um renascimento para mim mesma. Me deixei sentir cada milímetro da dor, deixei escapar por meus olhos cada mililitro de lágrima. E, depois disso, percebi que eu precisava abrir um espaço na minha agenda
Um blog retomado por uma jovem, nostálgica pelos anos 90 e 00, cansada da velocidade das redes sociais e de coisas essencialmente visuais.